talvez nunca saibas o quanto fui teu. o quanto os meus braços sentem a falta dos teus abraços quentes. enquanto o teu cheiro se entorna para dentro do meu peito. e tu te debruças sobre o meu coração apertado. como chuva de verão. talvez nunca saibas a morte que me provocaste. porque hoje sou apenas a vontade de morrer e de escorrer para dentro da terra. talvez nunca saibas para onde fui quando o mundo inteiro se encolheu nas minhas mãos e eu. passei a ser a sombra de todos os sapatos. e as folhas que as árvores abandonaram no outono. e as marés desfeitas sobre o céu cinzento. e até quando as ruas ficaram desertas. eu. fui. a corrente de ar debaixo de todas as portas daquela cidade. e tu. de lenço na cabeça a olhar o mar. talvez. nunca saibas quem foste para o meu coração apertado. talvez apenas suspeita. de que o meu coração é um barco encalhado num molhe. distante. de qualquer lugar. ou. nada.
terça-feira, maio 27, 2014
XV.
talvez nunca saibas o quanto fui teu. o quanto os meus braços sentem a falta dos teus abraços quentes. enquanto o teu cheiro se entorna para dentro do meu peito. e tu te debruças sobre o meu coração apertado. como chuva de verão. talvez nunca saibas a morte que me provocaste. porque hoje sou apenas a vontade de morrer e de escorrer para dentro da terra. talvez nunca saibas para onde fui quando o mundo inteiro se encolheu nas minhas mãos e eu. passei a ser a sombra de todos os sapatos. e as folhas que as árvores abandonaram no outono. e as marés desfeitas sobre o céu cinzento. e até quando as ruas ficaram desertas. eu. fui. a corrente de ar debaixo de todas as portas daquela cidade. e tu. de lenço na cabeça a olhar o mar. talvez. nunca saibas quem foste para o meu coração apertado. talvez apenas suspeita. de que o meu coração é um barco encalhado num molhe. distante. de qualquer lugar. ou. nada.
talvez nunca saibas o quanto fui teu. o quanto os meus braços sentem a falta dos teus abraços quentes. enquanto o teu cheiro se entorna para dentro do meu peito. e tu te debruças sobre o meu coração apertado. como chuva de verão. talvez nunca saibas a morte que me provocaste. porque hoje sou apenas a vontade de morrer e de escorrer para dentro da terra. talvez nunca saibas para onde fui quando o mundo inteiro se encolheu nas minhas mãos e eu. passei a ser a sombra de todos os sapatos. e as folhas que as árvores abandonaram no outono. e as marés desfeitas sobre o céu cinzento. e até quando as ruas ficaram desertas. eu. fui. a corrente de ar debaixo de todas as portas daquela cidade. e tu. de lenço na cabeça a olhar o mar. talvez. nunca saibas quem foste para o meu coração apertado. talvez apenas suspeita. de que o meu coração é um barco encalhado num molhe. distante. de qualquer lugar. ou. nada.
segunda-feira, maio 05, 2014
XIV.
hoje. tenho o peito. entupido. de saudades. que nem ar. ou luz. me entram nos pulmões. e não consigo respirar. senão. a tua ausência.
cheiras. a sal. no mar. e a flores. no campo. e a risos. no colo. e a cabelo. nas mãos.
hoje. tenho o peito. entupido. de saudades. que nem ar. ou luz. me entram nos pulmões. e não consigo respirar. senão. a tua ausência.
cheiras. a sal. no mar. e a flores. no campo. e a risos. no colo. e a cabelo. nas mãos.
domingo, março 23, 2014
XXIII
tentei. viver. outra vida. mas nem outra vida tenho. senão esta. que hoje. me traiu. meu amor. e agora que te escrevo. não resta muito mais. que estas palavras. já sou apenas. memória. em onda. espuma. e vagar.
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
XXII
sexta-feira, janeiro 03, 2014
XIX.
se eu visse o amor. riscado nalguma parede. escrita em letras maiúsculas. feitas de tinta esborratada. não saberia. o que fazer. se eu o agarrasse. também não saberia como guardar. as letras maiúsculas. feitas de tinta esborratada. riscadas naquela parede. se eu passasse por ele. também não saberia ler. as letras maiúsculas. feitas de tinta esborratada. e então. como saberia. se naquela parede riscada. escrita em letras maiúsculas. feitas de tinta esborratada. era o amor.
sentiria o teu cheiro. na tinta esborratada. e veria as linhas do teu rosto. nas letras maiúsculas. e a parede. os lençóis caídos da tua cama.
terça-feira, novembro 26, 2013
XIX.
agora que escrevo sobre ti. e sobre o amor. acabaram-se as palavras. as portas das ruas fecharam-se. as luzes apagaram-se sobre o pavimento onde andámos. não se ouviu o mar. nem um suspiro mascarado de onda. os pés e as mãos. ficaram frios. os lábios antes. húmidos. deram lugar a uma mucosa fechada. o corpo. esse. permaneceu morto. já como antes. estava. e eu nunca. mais te vi. dentro dos meus braços.
agora que escrevo sobre ti. e sobre o amor. acabaram-se as palavras. as portas das ruas fecharam-se. as luzes apagaram-se sobre o pavimento onde andámos. não se ouviu o mar. nem um suspiro mascarado de onda. os pés e as mãos. ficaram frios. os lábios antes. húmidos. deram lugar a uma mucosa fechada. o corpo. esse. permaneceu morto. já como antes. estava. e eu nunca. mais te vi. dentro dos meus braços.
terça-feira, agosto 27, 2013
XVIII.
não sei para onde foram os pensamentos que o meu coração desenhou naquela ardósia negra feita de noite. não sei para onde foram as vozes que o enchiam durante o dia. e se escondiam. quando todos dormiam. não sei para onde foi o sossego com que determinava o que dentro de mim crescia. e o que podia morrer. destilado e vago. não sei para onde foi. a solidão e os bichos que a comeram. e em que parede o ódio se encravou. como um quadro de uma natureza. morta. não sei para onde foi. a minha alegria. ou o remédio que tomava para a curar. da tristeza. não sei para onde foram todas as palavras escritas. e o papel que as engoliu. não sei para onde se vazou a tinta dos meus olhos. ou para onde o sol se. escorreu para dentro do horizonte. não sei onde tudo acabou e morreu. não sei se algum dia. todos os meus dias verão. a luz. e se tudo o que fiz. me levou a lugar algum. senão. até aqui. à incerteza.
não sei para onde foram os pensamentos que o meu coração desenhou naquela ardósia negra feita de noite. não sei para onde foram as vozes que o enchiam durante o dia. e se escondiam. quando todos dormiam. não sei para onde foi o sossego com que determinava o que dentro de mim crescia. e o que podia morrer. destilado e vago. não sei para onde foi. a solidão e os bichos que a comeram. e em que parede o ódio se encravou. como um quadro de uma natureza. morta. não sei para onde foi. a minha alegria. ou o remédio que tomava para a curar. da tristeza. não sei para onde foram todas as palavras escritas. e o papel que as engoliu. não sei para onde se vazou a tinta dos meus olhos. ou para onde o sol se. escorreu para dentro do horizonte. não sei onde tudo acabou e morreu. não sei se algum dia. todos os meus dias verão. a luz. e se tudo o que fiz. me levou a lugar algum. senão. até aqui. à incerteza.