terça-feira, maio 27, 2014

XV.

talvez nunca saibas o quanto fui teu. o quanto os meus braços sentem a falta dos teus abraços quentes. enquanto o teu cheiro se entorna para dentro do meu peito. e tu te debruças sobre o meu coração apertado. como chuva de verão. talvez nunca saibas a morte que me provocaste. porque hoje sou apenas a vontade de morrer e de escorrer para dentro da terra. talvez nunca saibas para onde fui quando o mundo inteiro se encolheu nas minhas mãos e eu. passei a ser a sombra de todos os sapatos. e as folhas que as árvores abandonaram no outono. e as marés desfeitas sobre o céu cinzento. e até quando as ruas ficaram desertas. eu. fui. a corrente de ar debaixo de todas as portas daquela cidade. e tu. de lenço na cabeça a olhar o mar. talvez. nunca saibas quem foste para o meu coração apertado. talvez apenas suspeita. de que o meu coração é um barco encalhado num molhe. distante. de qualquer lugar. ou. nada.    

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Talvez saiba ela. Talvez não saibas tu que a morte pode renascer vida, nova, quente, com o sabor que há muito não se sente. Talvez seja preciso mesmo morrer para voltar a sentir a vida pulsar por entre os poros da pele que deixou o sal na outra vida. E da outra vida fica a saudade. Nada mais.

quinta-feira, outubro 09, 2014  
Blogger perfectamente said...

... onde escreves agora?

quarta-feira, maio 06, 2015  
Blogger Brida said...

... pergunto o mesmo, onde escreves agora? :)

quarta-feira, agosto 17, 2016  
Anonymous Anónimo said...

www.morderosdedos.blogspot.com

Abraço :)

terça-feira, outubro 18, 2016  

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