quarta-feira, julho 17, 2013

XVII.

as nossas mãos. nunca foram tão tristes. como hoje. e tu. não sabes. dizer. como se fecharam os teus dedos. em volta. da minha mão. aberta. e eu. não sei dizer. como o fizeste. tão silenciosamente. que ninguém ouviu. o entrelaçar. dos teus dedos. e a minha mão a fechar-se. 

eu sei. que todas as histórias. de amor. não existem. e que quando. a noite. chegou. e nós nos beijámos. as luzes. daquela rua. gelada. apagaram-se. e ninguém. nos viu. a escrever. sobre a nossa história. de amor. nem como terminou. o nosso beijo. ou mesmo. se fizemos juras de amor. ou se apenas. nos abraçámos. na distância. que as roupas dos nossos corpos. permitiram.

eu sei. que a minha voz. nunca foi tão quente. como hoje. enquanto. te falo. e te digo. e te conto. como. tudo. o que te quis dizer. se apagou. como deixei. de sentir. as palavras. 

meu. amigo. eu sei. que tu. não sabes olhar o mar. nem fazer aviões de papel. eu sei. que tu. já não te lembras disso.